Uma Prática Construcionista Social no Campo da Psicologia Social

Abstract

O contexto brasileiro atual está caracterizado por profundas desigualdades sociais, econômicas e culturais. A maior parte da população convive com a fome, falta de moradia, desemprego, enfim, em constante luta pela sobrevivência. Essas condições criam possibilidade de ações criminosas, violentas e antissociais; ou podem levar a uma postura de grande apatia, submissão e obediência. Nos dois casos, entendemos que os que assim agem o fazem por desconhecimento dos seus próprios recursos e saberes capazes de transformar sua realidade. Nossa sociedade produz discursos e significados que, recursivamente, alimentam esta situação. “Marginais”, “delinquentes”, “essa gente”, “coitados”, “ignorantes” são descrições que constituem identidades.
Diante disto perguntamos:
Quem faz essas descrições?
Em que contextos são produzidos esses significados e descrições?
Quais são as consequências desses discursos?
Se linguagens determinam descrições, se vozes determinam comportamentos, como gerar discursos transformadores? (Ghiraldelli , 2004). Como criar vocabulários capazes de possibilitar novas ações e, consequentemente, abrir outros futuros? Como nossos conhecimentos tornam-se uma ferramenta que contribua para a melhoria da qualidade de vida da maior parte da sociedade brasileira? Aqui se coloca um desafio para nós profissionais da área da saúde, da educação
e da assistência social.