A clínica psicológica como ação social

Autores

  • Maria José Lima
  • Rosa Maria Stefanini de Macedo Pós Doutora em Terapia Familiar, coordenadora do Núcleo de Família e Comunidade da Pós-Graduação em Psicologia Clínica PUC-SP.

Palavras-chave:

pensamento sistêmico novo-paradigmático, clínica psicológica contemporânea, compromisso social

Resumo

Este artigo aborda o movimento contemporâneo da psicologia clínica no Brasil, em seus entrelaçamentos com as questões sociais. Traça um percurso que parte de críticas e preocupações com a distância entre suas práticas e a população, e aponta as terapias pós-modernas como possibilidade de superação dessa separação ao pontuar as diferentes concepções do social presentes nessa discussão. Assim, defende a designação de clínica psicológica como ação social, resultante da (re)significação tanto da clínica como do social, com base no pensamento sistêmico novo-paradigmático.

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Biografia do Autor

Maria José Lima

Psicóloga pela USP, terapeuta familiar, doutora pelo Núcleo de Família e Comunidade da PUC-SP, mediadora pelo Conversações e professora da pós-graduação em Intervenção Familiar pela UNITAU. 

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Como Citar

Lima, M. J., & de Macedo, R. M. S. (2016). A clínica psicológica como ação social. Nova Perspectiva Sistêmica, 25(55), 19–30. Recuperado de https://revistanps.com.br/nps/article/view/133

Edição

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Artigos