Os sentidos de uma intervenção e suas implicações para a construção do senso de competência de um terapeuta

Autores

  • Pedro Pablo Sampaio Martins FFCLRP-USP, Ribeirão Preto, São Paulo

Palavras-chave:

terapia familiar, formação do terapeuta, construcionismo social.

Resumo

Partindo da compreensão de que produzimos
sentidos engajados em relacionamentos
e que estes sentidos organizam nossos sensos
de realidade, exploramos, neste artigo, os sentidos
construídos acerca de uma experiência de
atendimento vivida como marcante para um terapeuta
iniciante. Por meio da análise de diferentes
momentos de diálogo que tiveram início a partir
de uma intervenção em um contexto terapêutico,
explicitamos como diferentes sentidos para esta
intervenção foram construídos em outros contextos
e como estes sentidos tiveram implicações
para a construção do senso de competência do
terapeuta. Discutimos que intervenções não têm
sentido em si mesmas, mas podem ser encaradas
como realizações relacionais, candidatas
a múltiplos sentidos com potencial de utilidade
em contextos situados. Discutimos ainda como
a auto-reflexividade do terapeuta sobre suas experiências
pode ser um recurso potente para sua
formação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Pedro Pablo Sampaio Martins, FFCLRP-USP, Ribeirão Preto, São Paulo

Psicólogo. Mestre e
Doutorando no Programa
de Pós-Graduação em
Psicologia.

Referências

Andersen, T. (1999). Processos reflexivos.Rio de Janeiro: Instituto Noos.

Anderson, H. (2012). Collaborative relationships and dialogic conversations:Ideas for a relationally-responsive practice. Family Process, 51(1), 8-24.

Anderson, H. & Goolishian, H. A. (1998).O cliente é o especialista: A abordagem terapêutica do não-saber. In S.McNamee, & K. J. Gergen (Orgs.),A terapia como construção social (pp. 34-50) Porto Alegre: Artes Médicas.

Cruz, H. M., Vicente, A. T. & Pereira, M. F. (2014). Formação: Um processo colaborativo entre formandos e formadores. In C. Guanaes-Lorenzi, M. S. Moscheta, C. M. Corradi-Webster, L. V. Souza (Orgs.),Construcionismo Social: Discurso, práticas e produção do conhecimento (pp. 305-324), Rio de Janeiro: Instituto Noos.

Frank, A. (2005). What is dialogical research, and why should we do it? Qualitative Health Research, 15,964-974.

Gergen, K. J. (1997). Realities and Relationships: Soundings in social construction. Cambridge, MA: Harvard University Press.

Gergen, M. M. & Gergen, K. J. (2010). Construcionismo social: um convite ao diálogo. Rio de Janeiro: InstitutoNoos.

Gergen, K. J. & Warhuss, L. (2001). Terapia como construção social: características,reflexões, evoluções.In M. M. Gonçalves & O. F. Gonçalves (Orgs.), Psicoterapia, discurso e narrativa: A construção conversacional da mudança (pp. 29-64).Coimbra: Quarteto Editora.

Guanaes, C. & Japur, M. (2008). Contribuições da poética social à pesquisa em psicoterapia de grupo. Estudos de Psicologia (Natal), 13(2),117-124.

Guanaes-Lorenzi, C., Moscheta, M. S.,Corradi-Webster, C. M., Souza, L. V.(Orgs.). Discurso, práticas e produção do conhecimento. Rio de Janeiro: Instituto Noos.

Guanaes Lorenzi, C., Santos, M. V., Brunini, F. S., Ishara, S., Tofoli, S. M. C., Real, E. M. A. (2012). Construção de um Programa de Assistência Familiar em um Hospital-Dia Psiquiátrico: Desafios e Potencialidades. Nova Perspectiva Sistêmica, 43, 54-72.

Hoffman, L. (1998). Setting aside the model in Family Therapy. Journal of Marital and Family Therapy, 24(2),145-156.

Martins, P. P. S. (2013). A participação da família no tratamento em saúde mental como prática no cotidiano do serviço. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.

Martins, P. P. S., Santos, M. V. & Guanaes-Lorenzi, C. (2014). Participação da família no tratamento em saúde mental: História sobre diálogo e inclusão. In C. Guanaes-Lorenzi, M.S. Moscheta, C. M. Corradi-Webster,& L. V. Souza, Construcionismo social: discurso, prática e produção do conhecimento, Rio de Janeiro: Instituto Noos.

Mello, R. (2005). A construção do cuidado à família e a consolidação da Reforma Psiquiátrica. Revista Enfermagem UERJ, 13, 390-395.

Melman, J. (2001). Família e doença mental. São Paulo: Escrituras Editora.

McNamee, S. (1998). An invitation to Relational Responsability. In McNamee & K. J Gergen (Orgs.),Relational Responsibility: Resourcesfor sustainable dialogue (pp. 03-48).Sage Publications.

McNamee, S. (2004). Promiscuity in the practice of Family Therapy. Journal of Family Therapy, 26, 224-244.

Rapizo, R. (1996). Terapia sistêmica de família: Da instrução à construção. Rio de Janeiro: Instituto Noos.

Rasera, E. F. & Japur, M. (2007). Grupo como construção social: Aproximações entre o construcionismo social e a terapia de grupo. São Paulo: Vetor.

Rober, P. (2005). The therapist’s self in dialogical family therapy: Some ideas about not-knowing and the therapist’s inner conversation. Family Process, 44(4), 477-495.

Sampson, E. E. (1993). Celebrating the other: A dialogic account of human nature. Bolder, CO: Westview.

Shotter, J. & Katz, A. M. (1998). “Living moments” in dialogical exchanges. Human Systems, 9, 81-93.

Wittgenstein, L. (1953). Philosophical investigations (G.E.M. Anscombe,Trans.). New York: Macmillan.

Wittzaele, J. J. & Garcia, T. (1998). A abordagem clínica de Palo Alto. In M. Elkaim (Org.), Panorama das terapias familiares, Vol. 2 (E. C. Heller,Trad.) (pp. 252-274). São Paulo: Summus.

Downloads

Publicado

12/20/2014

Como Citar

Martins, P. P. S. (2014). Os sentidos de uma intervenção e suas implicações para a construção do senso de competência de um terapeuta. Nova Perspectiva Sistêmica, 23(50), 18–31. Recuperado de https://revistanps.com.br/nps/article/view/89

Edição

Seção

Artigos