Colaborando na trajetória de superação em saúde mental: Grupo de Ouvidores de Vozes
DOI:
https://doi.org/10.38034/nps.v27i61.411Palavras-chave:
saúde mental, superação, ouvidores de vozesResumo
A experiência de ouvir vozes é comum na população em geral e muito encontrada em usuários de serviços de saúde mental. Tradicionalmente, o tratamento psiquiátrico concentra seus esforços na eliminação destas, dando pouca atenção para a experiência em si. Mesmo com o uso de medicamentos, muitas pessoas continuam a ouvir vozes e não encontram espaço para conversar e refletir sobre esta vivência. O objetivo deste artigo é descrever a experiência de trabalho com um Grupo de Ouvidores de Vozes e analisar como ouvidores vivenciam o fenômeno das vozes e a experiência com o grupo. Foi realizado relato de experiência de proposição e participação de um Grupo de Ouvidores de Vozes e conduzida análise temática de 10 relatos de memória de encontros grupais. O grupo descrito é aberto, acontece semanalmente e tem uma hora de duração. Conta com a participação de ouvidores e profissionais. Os ouvidores mais antigos no grupo responsabilizam-se pela realização do contrato grupal. Nos encontros são compartilhados os relacionamentos com as vozes, desde o relato de suas características, até as estratégias que vão sendo desenvolvidas para melhorar o relacionamento com elas. O grupo também foi apontado pelos ouvidores com um espaço de construção de redes de apoio, para além dos momentos dos encontros grupais. Para os profissionais, tem colaborado para se aproximarem das experiências dos usuários do serviço, auxiliando-os a serem agentes que colaboram na trajetória de superação dos ouvidores.
DOI http://dx.doi.org/10.21452/2594-43632018v27n61a01
Downloads
Referências
Baker, P. (2009). The voice inside: a practical guide to coping with hearing voices. Lewis, Scotland: P&P Press.
Barros, O. C. & Serpa, O. D. (2017). Ouvir vozes: um estudo netnográfico de ambientes virtuais para ajuda mútua. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 27(4), 867-888.
Beavan, V., De Jager, A., & Santos, B. (2016). Do peersupport groups for voice-hearers work? A small scale study of Hearing Voices Network support groups in Australia. Psychosis, 9(1), 57-66. doi: 10.1080/17522439.2016.1216583
Braun, V. & Clarke, V. (2006). Using thematic analysis in psychology. Qualitative Research in Psychology, 3(2), 77-101.
Corradi-Webster, C. M., Leão, E. A., & Santos, M. V. (2017). Construindo novos sentidos e posicionamentos em saúde mental: Grupo de Ouvidores de Vozes. In E. F. Rasera, K. Taverniers, & Vilches-Álvarez (Orgs.), Construccionismo social en acción - Prácticas inspiradoras en diferentes contextos (pp. 167-193). Chagrin Falls, Ohio: Taos Institute Publications. ISBN: 9781938552557
Corstens, D., Longden, E., McCarthy-Jones, S., Waddingham R., & Thomas, N. (2014). Emerging perspectives from the hearing voices movement: implications for research and practice. Schizophrenia Bulletin, 40, 285-S294. doi: https://doi.org/10.1093/schbul/sbu007
De Jager, A., Rhodes, P., Beavan, V., Holmes, D., McCabe, K., Thomas, N., McCarthy-Jones, S. et al. (2016). Investigating the Lived Experience of Recovery in People Who Hear Voices. Qualitative Health Research, 26(10), 1-15. doi: 10.1177/1049732315581602.
Intervoice. (2018). The international Hearing Voices. Recuperado de http://www.intervoiceonline.org/
Maijer K, Begemann M. J. H., Palmen S. J. M. C., Leucht S., & Sommer, I. E. C. (2018). Auditory hallucinations across the lifespan: a systematic review and meta-analysis. Psychological Medicine, 48(6), 879-888. doi: 10.1017/S0033291717002367.
Miranda, A. M. P, Pimentel, F. A., & Villares, C. C. (2014). “Anjos de uma asa só”: processos de superação na esquizofrenia em um grupo de ajuda mútua. Nova Perspectiva Sistêmica, 23(48), 64-79.
Minelli, M. (2017). Cartografare paesaggi sonori. Un itinerario etnografico nella rete degli Uditori di Voci. Anuac – Rivista della Società Italiana di Antropologia Culturale, 6(2), 219-243.
Ngo Nkouth, B., St-Onge, M., & Lepage, S. (2010). The group as a place of training and universality of the experience of voice-hearers. Groupwork, 20, 45-64. doi:10.1921/095182410X552693
Romme, M. & Escher, S. (1997). Hearing voices. Schizophrenia Bulletin, 15(2), 209-216.
Romme, M., Escher, S., Dillon, J., Cortens, D., & Morris, M. (2009). Living with voices. 50 stories of recovery. Ross-on-Wye, UK: PCCS Books.
Silva, M. R., Barcellos, E. D., Sanchez, L. F., Steibel, D., Fernandes, P. P., Campezatto, P. V. M., Geremia, L., & Klarmann, R. P. (2014). Registros de sessão terapêutica: relato, gravação ou transcrição? Considerações sobre as diferenças entre os registros. Psicologia Clínica, 26(2), 121-138. Recuperado de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652014000200008&lng=en&tlng=pt
Slade, M. (2010). Personal Recovery and Mental Illness: A Guide for Mental Health Professionals. Cambridge, UK: Cambridge University Press.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença Creative Commons Attribution após a publicação, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).