A mudança em terapia familiar: construindo agenciamento

Autores

  • Berenice Araújo Dantas de Biagi Universidade Federal de Uberlândia, MG
  • Emerson Fernando Rasera Universidade Federal de Uberlândia, MG

DOI:

https://doi.org/10.38034/nps.v27i60.385

Palavras-chave:

terapia familiar, mudança terapêutica, produção de sentidos, agenciamento, poética social

Resumo

Este artigo visa compreender o processo de produção de sentidos sobre a mudança em terapia familiar sob a perspectiva construcionista social. A análise do processo terapêutico de uma família apontou que a construção conversacional da mudança terapêutica foi marcada pelo deslocamento do discurso inicial do problema de saúde da mãe, oriundo do trabalho, para o discurso do agenciamento com o cuidado da vida. Tal construção foi analisada em relação a três aspectos centrais: (a) a desconstrução do sentido do trabalho; (b) a redefinição da relação mãe-filha; (c) a reconstrução da vida. A análise permitiu ainda compreender um importante processo subjacente, o agenciamento como forma de promover a mudança terapêutica em terapia familiar. Concluímos que a postura aberta, ativa e engajada da terapeuta com o fluxo da conversa favoreceu a emergência desses sentidos de mudança.

DOI http://dx.doi.org/10.21452/2594-43632018v27n60a01

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Biografia do Autor

Berenice Araújo Dantas de Biagi, Universidade Federal de Uberlândia, MG

Universidade Federal de Uberlândia, MG, Brasil. Graduação em Serviço Social, Terapeuta Familiar, Mestre em Psicologia Aplicada pela Universidade Federal de Uberlândia, docente no Poíesis - Instituto de Terapia Familiar do Triângulo.

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Publicado

12/28/2018

Como Citar

Biagi, B. A. D. de, & Rasera, E. F. (2018). A mudança em terapia familiar: construindo agenciamento. Nova Perspectiva Sistêmica, 27(60), 26–38. https://doi.org/10.38034/nps.v27i60.385

Edição

Seção

Artigos