Análise Situacional: alternativa metodológica para uma análise das vozes da integração nos comandos do crime

Autores

  • Luciana Moretti Fernández Pesquisadora e doutoranda em Ciências da Comunicação na Universidade de São Paulo – USP, Brasil. Psicóloga (UNED, Espanha) e Terapeuta Familiar (Instituto Familiae).

Palavras-chave:

análise situacional, violência programática, redescrição identitária, apologia do crime, comunicação política

Resumo

Este artigo apresenta uma aplicação da Análise Situacional (AS) como alternativa metodológica para abordar problemas humanos de forma situada. O delineamento do terreno analítico e a identificação de caminhos de amostragem teórica possíveis são exemplificados através de mapas situacionais, em um processo no qual a interação do pesquisador com o problema conduz a pesquisa. Os mapas apresentados foram construídos a partir de vídeos de apologia do crime que circulam no YouTube, analisados em minha pesquisa doutoral sobre a dimensão comunicacional do engajamento na violência programática. O desenvolvimento da pesquisa permitiu delinear a apologia do crime como terreno analítico no qual promessas de redescrição no braço nervoso dos comandos, a desumanização do oponente e a blindagem afetiva articulam-se como eixos de práticas sugestivas de radicalização em contextos de violência prévia. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luciana Moretti Fernández, Pesquisadora e doutoranda em Ciências da Comunicação na Universidade de São Paulo – USP, Brasil. Psicóloga (UNED, Espanha) e Terapeuta Familiar (Instituto Familiae).

Pesquisadora e doutoranda em Ciências da Comunicação na Universidade de São Paulo – USP, Brasil. Psicóloga (UNED, Espanha) e Terapeuta Familiar (Instituto Familiae).

Referências

Adorno, S., Salla, F. (2007). Criminalidade organizada nas prisões e os ataques do PCC. Revista de Estudos Avançados, 21 (61), p. 7-29.

Anuário Brasileiro de Segurança Pública, (2014). Recuperado em: 17 nov. 2014 de http://www.forumseguranca.org.br/storage/download//8anuariofbsp.pdf

Arendt, H. (2007). A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária.

Biondi, K. (2010). Junto e misturado. São Paulo: Terceiro Nome.

Blumer, H. (1954). What's Wrong with Social Theory? Sociological Review, 19, nº 1.

Blumer, H. (1969). Symbolic Interactionism: Perspective and Method. Englewood Cliffs, NJ: Prentice Hall.

Charmaz, K. (2000). Grounded Theory: Methodology and theory construction. In N. J. SMELSER and P. B. BALTES (Ed.). International encyclopedia of the social and behavioral sciences. Amsterdam: Pergamon.

Charmaz, K. (2014). Constructing Grounded Theory: A Practical Guide through Qualitative Analysis. London: Sage. (Primeira ed. 2006)

Clarke, A. (2003). Situational Analysis: Grounded Theory Mapping After the Postmodern Turn. Symbolic Interaction, v. 26, nº 4, p- 553-576.

Clarke, A. (2005). Situational Analysis: Grounded Theory After the Postmodern Turn. California: Sage.

Feltrán, G. S. (2011). Fronteiras de tensão: política e violência nas periferias de São Paulo. São Paulo: Editora Unesp.

Fernández, L. M. (2014). A interação entre pesquisador e dados: implicações para a constituição da sensibilidade teórica na Grounded Theory. Questões Transversais - Revista de Epistemologias da Comunicação. v. 2, nº 1. Recuperado em 07 jan. 2015 de http://revistas.unisinos.br/index.php/questoes/article/view/8553.

Foucault, M. (1991). Questions of Method. In G. Butchell, C. Gordon, & P. Miller (eds), The Foucault Effect: Studies in Governmentality. Chicago University of Chicago Press.

Glaser, B. G., Strauss, A. L. (1967). The Discovery of Grounded Theory. New Brunswick: Aidine Transaction. (Reimpresso em 2006).

Glaser, B. G. (2002). Constructivist Grounded Theory? FQS Forum: Qualitative Social Research. 5(2). Recuperado em 4 ago. 2014 de http://www.qualitative-research.net/index.php/fqs/article/view/825.

Glaser, B. (2004). Remodeling Grounded Theory. FQS Forum: Qualitative Social

Research, 5(2). Recuperado em 13 jun. 2014 de http://www.qualitative-research.net/index.php/fqs/article/view/607/1315.

Habermas, J. (1992). Further reflections on the public sphere. In CALHOUN, C. (ed.) Habermas and the public sphere. MIT Press, p. 421-161.

Lei nº 5543, Lei do funk (2009). Texto completo. Recuperado em 30 dez. 2014 de <http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/contlei.nsf/f25571cac4a61011032564fe0052c89c/78ae3b67ef30f23a8325763a00621702?OpenDocument>.

Matos, H. (2009). O lado escuro do capital social: implicações sociais e políticas. LÍBERO. 12 (23), p. 53-62.

Matsumoto, D., Hwang, H.C. e Frank, M.G. (2012). Emotions expressed in speeches by leaders of ideologically motivated groups predict aggression. Behavioral Sciences of Terrorism and Political Aggression. DOI:10.1080/19434472.2012.716449.

Mead, G. H. (1934). Mind, Self, and Society. Chicago: University of Chicago Press.

Mente firme e coração blindado (clipe). Recuperado em 13 jun. 2014 de https://www.youtube.com/watch?v=NIW_92js_wY.

Peirce, C.S. (1878). How to Make Our Ideas Clear. Popular Science Monthly 12, p. 286-302. Recuperado em 13 jun. 2014 de www.peirce.org/writings/p119.html.

Rorty, R. (1989). Contingency, Irony and Solidarity. New York: Cambridge University Press.

Se brotar no Manguinho, Nós Vai Matar Polícia - clipe (2011). Recuperado em 04 ago. 2014 de https://www.youtube.com/watch?v=KNqiXiL8fMc.

Souza, E. (1993). Violência velada e revelada: estudo epidemiológico da mortalidade por causas externas em Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Cadernos de Saúde Pública, v. 9, nº 1.

Souza, J. (2009). A ralé brasileira: como é e como vive. Belo Horizonte: UFMG.

Steiner, J. (2012). The Foundations of Deliberative Democracy. Empirical Research and Normative Implications. Cambridge, Cambridge University Press.

Strauss, A. L., Corbin, J. (1998). The Basics of Qualitative Analysis: Grounded Theory Procedures and Techniques. 2º ed. Thousand Oak, CA: Sage.

Waiselfisz, J. (2012). Mapa da violência 2012: Crianças e Adolescentes do Brasil. Recuperado em 17 nov. 2014 de http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2012/MapaViolencia2012_Criancas_e_Adolescentes.pdf.

Waiselfisz, J. (2014). Mapa da violência 2014: Os jovens do Brasil. Recuperado em 17 nov. 2014 de http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2014/Mapa2014_JovensBrasil.pdf.

Waiselfisz, J. (2014). Mapa da violência 2014: Homicídios e juventude no Brasil. Recuperado em 17 nov. 2014 de http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2014/Mapa2014_AtualizacaoHomicidios.pdf.

Downloads

Como Citar

Fernández, L. M. (2015). Análise Situacional: alternativa metodológica para uma análise das vozes da integração nos comandos do crime. Nova Perspectiva Sistêmica, 24(51), 83–101. Recuperado de https://revistanps.com.br/nps/article/view/176

Edição

v. 24 n. 51 (2015)

Seção

Artigos

Licença

Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:

  • Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença Creative Commons Attribution após a publicação, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.

  • Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.

  • Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).