A violência contra a mulher na perspectiva da terapia feminista da família

Autores

  • Tatiana Camargo de Sant’Anna
  • Maria Aparecida Penso

Palavras-chave:

Terapia Feminista da Família, Violência contra a mulher, Gênero, Feminismo

Resumo

Este artigo teórico tem como objetivo apresentar conceitos relacionados à violência contra a mulher no âmbito do relacionamento conjugal, a partir da terapia feminista da família, articulada com conceitos de desigualdade de gênero. Inicialmente, apresenta conceitos da terapia familiar sistêmica, gênero e feminismo, visando facilitar a compreensão sobre o surgimento da terapia feminista da família. Em seguida, descreve os conceitos de violência na relação conjugal em suas diversas expressões. Posteriormente, articula conceitos de família e de desigualdade de gênero à luz da terapia feminista da família e finaliza buscando articular violência conjugal, gênero, feminismo, patriarcado e terapia feminista da família.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Tatiana Camargo de Sant’Anna

Psicóloga, Psicodramatista, Mestra em Psicologia pela Universidade Católica de Brasília – UCB, Brasília, Brasil

Maria Aparecida Penso

Terapeuta de Casais e Família, Doutora em Psicologia pela Universidade de Brasília - UNB, Pós-doutora em Psicossociologia pela Universidade Federal Fluminense - UFF, Professora do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Católica de Brasília - UCB, Brasília, Brasil

Referências

Ações em Gênero, Cidadania e Direitos [AGENDE]. (2004). 10 anos da adoção da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, Convenção de Belém do Pará. Retrieved from http//www.Agende.org.br/docs/File/publicacoes/publicacoes/revista%20Convencao% 20Belem%20do%20Para.pdf

Bandeira, L. A. (2008). Contribuição da crítica feminista à ciência. Estudos Feministas, 16(1), pp. 207-230.

Bandeira, L. A (2009). Três décadas de resistência feminista contra o sexismo e a violência feminina no Brasil: 1076 a 2006. Sociedade e Estado. Brasília, 24 (2), pp.401-438.

Bandeira, L. A (2012). Violência contra mulheres: reflexões e casos de intervenção – comentário da seção 2. In Penso, M. A., & Almeida, T. M. (Orgs.), Direitos e conflitos psicossociais: ações e interfaces disciplinares (pp. 132-139). São Paulo: Rocca.

Bandeira, L., Melo, H. P. (2010). Tempos e Memórias – Movimento Feminista no Brasil. Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República. Brasília, p. 5-66. Retrieved from http://www.ssp.rs.gov.br/upload/20130118115432titulo_e_memorias.pdf

Brasil (2006).Lei 11.340 de 7 de agosto de 2006. (Lei Maria da Penha): Retrieved from http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Acesso em: 24 abr. 2015.

Brasil. Presidência da República. (2013a). Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Brasília: Secretaria de Políticas para as Mulheres.

Brasil. Secretaria de Transparência. DataSenado (2013b). Violência doméstica e familiar contra a mulher. Brasília: Senado Federal. Retrievedfromhttp://www.senado.gov.br/senado/datasenado/pdf/datasenado/DataSenado-Pesquisa-Violencia_Domestica_contra_a_Mulher_2013.pdf.

Brasil (2015a). Lei 13.104 de 09 de março de 2015. (Lei do Femicídio).Retrievedfromhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm.

Brasil. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA. (2015b). A institucionalização das políticas públicas de enfrentamento à violência contra as mulheres no Brasil (versão preliminar). Brasília: Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Nota técnica IPEA, nº 13. Retrieved from http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/nota_tecnica/150302_nt_diest_13.pdf.

Brauner, M. C. C., & Carlos, P. P. (2004). A violência intrafamiliar sob a perspectiva dos direitos humanos. In Maluschke, G., Bucher-Maluschke, J. S. N. F., & Hermanns, K. (Orgs.), Direitos humanos e violência: desafios da ciência e da prática (pp. 133-147). Fortaleza: Fundação Konrad Adenaueur.

Bucher-Maluschke, J. S. N. F. (2004). Vínculo, afetividade e violência: desafios para a família e a sociedade. In Maluschke, G., Bucher-Maluschke, J. S. N. F., & Hermanns, K. (Org.), Direitos humanos e violência: desafios da ciência e da prática (pp.157-170). Fortaleza: Fundação Konrad Adenaueur.

Burck, C., & Daniel, G. (1994). Feminismo e terapia estratégica: contradição ou complementação. In Perelberg, R. J.,& Miller, A. C. (Orgs.), Os sexos e o poder nas famílias(M. C. B. Fernandes, Trad.) (pp. 94-115). Rio de Janeiro: Imago Ed. (Trabalho original publicado em 1990).

Campos, C. H. (2010). Lei Maria da Penha: um novo desafio jurídico. In Lima, F. R., & Santos, C. (Orgs.), Violência doméstica: vulnerabilidades e desafios na intervenção criminal e interdisciplinar (pp.21-37). Rio de Janeiro: Lumen Juris.

Carter, B., & McGoldrick, M. (1995). A família como um sistema movendo-se através do tempo. In Carter, B., & McGoldrick, M. (Orgs.), As mudanças no ciclo de vida familiar: uma estrutura para a terapia familiar (M. A. V. Veronese, Trad.). (pp. 8-13). Porto Alegre: Artes Médicas. (Trabalho original publicado em 1989).

Chauí, M. (2000).Convite à filosofia. São Paulo: Ática.

Diniz, G. (2011). Conjugalidade e violência: reflexões sob uma ótica de gênero. In Féres-Carneiro, T. (Orgs.), Casal e Família: conjugalidade, parentalidade e psicoterapia (pp. 11-26). São Paulo: Casa do Psicólogo.

Diniz, M. P. S., & Almeida, T. M. C. (2012). Mulheres negras: a busca por uma reflexão particularizada. In Penso, M. A., & Almeida, T. M. C. (Orgs.), Direitos e conflitos psicossociais: ações e interfaces disciplinares(pp. 115-131). São Paulo: Roca.

Diniz, G., & Pontaag, M. (2004). Explorando o significado do silêncio e do segredo nos contextos de violência doméstica. In Maluschke, G., Bucher-Maluschke, J. S. N. F., & Hermanns, K. (Orgs.), Direitos humanos e violência: desafios da ciência e da prática (pp.171-185).Fortaleza: Fundação Konrad Adenaueur.

Falcke, D., Zagonel, D. O., Rosa, W. L., & Bentancur, M.(2009). Violência conjugal: um fenômeno interacional. ContextosClínicos, 2(2), pp. 81-90.

Featherstone, V. (1996). A feminist critique of family therapy. Counselling Psychology Quarterly, 9 (1), pp. 15-23.

Goldner, V., Penn, P., Sheinberg, M., & Walker, G. (1998). Love and violence: gender paradoxes in volatile attachments. Family Process, 37, (pp.263-268). Retrieved from http://psybc.com/pdfs/library/Goldner_LoveAndViolence.pdf.

Goodrich, T. J., Rampage, C., Ellman, B., & Halstead, K. (1990). Terapia feminista da família. (R. M. Garcia, Trad.). Porto Alegre: Artes Médicas. (Trabalho original publicado em 1988).

Hare-Mustin, R. T. (1987). The problem of gender in family therapy theory. Family Process, 26, pp. 15-27. Retrieved from http://www.readcube.com/articles/10.1111%2Fj.1545-5300.1987.00015.x?r3_referer=wol&tracking_action=preview_click&show_checkout=1&purchase_referrer=onlinelibrary.wiley.com&purchase_site_license=LICENSE_DENIED_NO_CUSTOMER .

Johnson, M. P. (2005). Domestic violence: it´s not about gender – or is it? Journal of marriage and family, 67, 5, pp. 1126-1130.Retrieved fromhttp://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1741-3737.2005.00204.x/abstract

Jones, E. (1994). Feminismo e terapia de família: os casamentos complicados podem dar certo? In Perelberg, R. J., & Miller, A. C. (Orgs.), Os sexos e o poder nas famílias(M. C. B. Fernandes, Trad.) (pp. 75-93).Rio de Janeiro: Imago Ed. (Trabalho original publicado em 1990).

Lima, D. C., Buchele, F., & Clímaco, D. A. (2008). Homens, gênero e violência contra a mulher. Revista Saúde e Sociedade, 17(2), pp. 69-81.

Libow, J. A., Rashkin, P. A., & Caust, B. L. (1982). Feminist and family systems therapy: are they incompatible? The American Journal of Family Therapy, 10(3), pp. 3-12. Retrieved from http://www.readcube.com/articles/10.1111%2Fj.1545-5300.1981.00439.x?r3_referer=wol&tracking_action=preview_click&show_checkout=1&purchase_referrer=onlinelibrary.wiley.com&purchase_site_license=LICENSE_DENIED_NO_CUSTOMER.

Macedo, R. M. S. (2009). Questões de gênero na terapia de família e casal. In Osório, L. C. & Valle, M. E. P. (Orgs.), Manual de terapia familiar (pp. 59-72). Porto Alegre: Artmed.

Medrado, B., & Lyra, J. (2003). Nos homens, a violência de gênero. In Brasil. Programa de prevenção, assistência e combate à violência contra a mulher - Plano Nacional (pp.21-26). Brasília: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.

Melo, E. (2008). Feminismo: velhos e novos dilemas – uma contribuição de Joan Scott. Cadernos Pagu, São Paulo, 31, pp. 553-564.

Miller, M. S. (1999). Feridas invisíveis: abuso não-físico contra mulheres. [No Visible Wounds]. São Paulo: Summus.

Miller, M. M.; Bryans, L. (2005). Beyond the frying pan: addressing work issues whit women in therapy. Contemporary Family Therapy 27(1), pp. 51-63.

Minuchin. S. (1982). Famílias: funcionamento e tratamento (J. A. Cunha, Trad.). Porto Alegre: Artes Médicas. (trabalho original publicado em 1980)

Minuchin, S. (2008). O encontro terapêutico In Minuchin, S., Lee, W., & Simon, G. M. (Orgs.), Dominando a terapia familiar (pp.99-122). (G. Klein, Trad.). Porto Alegre: Artmed. (Trabalho original publicado em 1996).

Minuchin, S., & Fishman, H. C. (1990). Técnicas de terapia familiar (pp. 21-36). (C. Kinsch, Trad.). Porto Alegre: Artes Médicas. (Trabalho original publicado em 1981).

Mcgoldrick, M., Gerson, R, & Petry, S. (2012). Genogramas: avaliação e intervenção familiar. Porto Alegre: Artmed. (Trabalho original publicado em 2008).

Narvaz, M. G., &Koller, S. H. (2006). Metodologias feministas e estudo de gênero articulando pesquisa, clínica e política. Psicologia em Estudo. 11(3), pp. 647-654.

Narvaz, M. G., & Koller, S. H. (2007). Feminismo e terapia: a terapia feminista da família – por uma psicologia comprometida. Psicologia Clínica, 19 (2), pp. 117-131. Retrieved from www.scielo.br/pdf/pc/v19n2/a09n2.pdf.

Nichols, M. P., & Schwartz, R. C.(2007). Terapia familiar: conceitos e métodos. (M. A. V. Vêronese, Trad.). Porto Alegre: Artes Médicas. (Trabalho original publicado em 2006).

Odalia, N. (2004). O que é violência? Coleção primeiros passos. São Paulo: Brasiliense.

Organização Mundial da Saúde. (2005). Violência contra a mulher. Geneva: OMS.

Rifiotis, T. (2006). Nos campos da violência: diferença e positividade. Antropologia em primeira mão.Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, pp.1-18.

Saffioti, H. I. B. (1997). Violência de gênero – lugar da práxis na construção da subjetividade. Lutas Sociais, 2, pp. 59-79.

Saffioti, H. I. B. (1999). Já se mete a colher em briga de marido e mulher. São Paulo em Perspectiva, 13(4), pp. 82-91.

Saffioti, H. I. B. (2001). Contribuições feministas para o estudo da violência de gênero. Cadernos Pagu, 16, pp. 115-136.

Saffioti, H. I. B. (2004). Gênero, patriarcado e violência. São Paulo: Fundação Perseu Abramo.

Saffioti, H. I. B. (2009). Ontogênese e Filogênese do gênero: ordem patriarcal de gênero e a violência masculina contra mulheres. FlacsoBrasil, pp. 2 - 44. Retrieved from http://www.flacso.org.br/portal/pdf/serie_estudos_ensaios/Heleieth_Saffioti.pdf

Saffioti, H. I. B. (2011). A questão da mulher na perspectiva socialista. (In memorian). Lutas Sociais, 27,pp. 82- 100. São Paulo. Retrieved from http://www.pucsp.br/neils/downloads/07-heleieth-saffioti.pdf.

Schmidt, S. P. (2004). Como e por que somos feministas. Revista Estudos Feministas, 12, pp. 17-22.

Scott, J. W. (1995). Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade. Porto Alegre, 20(2), pp. 71 -99.

Scott, J. W. (2002). A cidadã paradoxal: as feministas francesas e os direitos do homem. (G. Klein, Trad.). Florianópolis: Mulheres.

Scott, J. W. (2005). O enigma da igualdade. Estudos Feministas, 13(1), pp. 11 -30.

Swain, T. N. (2010). O grande silêncio: a violência da diferença sexual. In Stevens, C., Brasil, K. C. T., Almeida, T. M. C., & Zanello, V. (Org.),Gênero e feminismos: convergências (in)disciplinares(pp.35-48). Brasília: Líbris.

Taggart, M. (1985).The feminist critique in epistemological perspective: questions of context in family therapy. Journal of Marital and Family Therapy, 11, (2), pp. 113–126. Retrieved from http://www.readcube.com/articles/10.1111%2Fj.1752-0606.1985.tb00600.x?r3_referer=wol&tracking_action=preview_click&show_checkout=1&purchase_referrer=onlinelibrary.wiley.com&purchase_site_license=LICENSE_DENIED_NO_CUSTOMER.

Urry, A. (1994). A luta por uma prática feminista e terapia de família: premissas. In Perelberg, R. J., & Miller, A. C. (Orgs.), Os sexos e o poder nas famílias (M. C. B. Fernandes, Trad.) (pp.116-130). Rio de Janeiro: Imago Ed. (Trabalho original publicado em 1990).

Vasconcellos, M. J. E. (2002). Pensamento sistêmico: o novo paradigma da ciência. São Paulo: Papirus.

Velázquez, S. (2003) Sobre víctimas e victimarios. In Velázquez, S. (Orgs.), Violencias cotidianas, violencia de género: escuchar, comprender, yudar (pp. 35-56). Buenos Aires: Paidós.

Vatcher, C., & Bogo, M. (2001) The feminist/emotionally focuses therapy practice model: na integrated approach for couple therapy. Journal of Marital and Family Therapy, 27(1), pp. 69-83.

Waiselfisz, J. J. (2012). Mapa da violência 2012: atualização – homicídios de mulheres no Brasil. Rio de Janeiro: Flacso Brasil.

Walters, M. (1994). Uma perspectiva feminista da terapia de família. In Perelberg, R. J., & Miller, A. C. (Orgs.), Os sexos e o poder nas famílias (M. C. B. Fernandes, Trad.) (pp.27-46). Rio de Janeiro: Imago Ed. (Trabalho original publicado em 1990).

Wood, J. T. (2004). Monsters and victimis: male felon’s accounts of intimate partner violence. Journal of Social and Personal Relationships, 21, (55), pp. 555-576

Downloads

Como Citar

de Sant’Anna, T. C., & Penso, M. A. (2015). A violência contra a mulher na perspectiva da terapia feminista da família. Nova Perspectiva Sistêmica, 24(53), 95–110. Recuperado de https://revistanps.com.br/nps/article/view/149

Edição

Seção

Artigos