Espaço de conversas sobre o divórcio: a diferença de posicionamento como recurso para transformação

Autores

  • Rosana Rapizo Uerj/RJ

Palavras-chave:

construcionismo social, grupos, divórcio

Resumo

O artigo refere-se à pesquisa que teve como objetivo principal investigar a possibilidade de usar método inspirado pelo construcionismo social no trabalho com um grupo de mães, pais e filhos adolescentes que passaram pelo divórcio em suas famílias. O trabalho com o grupo, realizado com este fim, baseou-se em metodologias e procedimentos utilizados em contextos de facilitação sistêmica e construção de diálogos. O foco da investigação foi compreender se e como, a diferença entre o posicionamento dos participantes do grupo nas relações que se estabelecem após a separação pode ser, ao invés de obstáculo, um recurso para a transformação de discursos e relações. A metodologia utilizada para análise do corpus foi a poética social. O diálogo entre as três posições mostrou-se um potencial fator de redução de conflitos, tornando-se um recurso de transformação discursiva de questões decorrentes da separação conjugal e das relações familiares conectadas a ela.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Referências Bibliográficas

Almeida, T. (1997). Divórcio e mediação transformativa. Nova Perspectiva Sistêmica, 6, pp. 39-45.

Andersen, T. (1996). Processos reflexivos (1ª ed.). Rio de Janeiro: Instituto Noos.

Andersen, T. (2004). A linguagem não é inocente. Nova Perspectiva Sistêmica, 13(23), pp. 19-26.

Anderson, H. (2007). Conversação, linguagem e possibilidades: um enfoque pós-moderno da terapia. São Paulo: Roca.

Anderson, H., & Goolishian, H. (1988). Human systems as linguistic system: preliminary and evolving ideas about the implications for clinical theory. Family Process, 27, pp. 371-393.

Bakhtin, M. (1986). Speech genres and other essays. Austin: University of Texas Press.

Barros, R. B. (2007). Grupo: a afirmação de um simulacro. Porto Alegre: Sulina/UFRGS.

Becker, C., Chasin, L., Chasin, R., Herzig, M., & Roth, S. (1992). From Debate to Dialogue: A Facilitating Role for Family Therapists in the Public Forum. Dulwich Centre Newsletter, 2, pp. 41-48.

Bion, W. (1970). Experiências com grupos. Rio de Janiero: Imago.

Brandão, E. (2004). A interlocução com o direito à luz das práticas psicológicas em Varas de Família. In: H. Signorini, & E. Brandão, Psicologia Jurídica no Brasil (pp. 51-97). Rio de Janeiro: Nau.

Brasil. (26 de agosto de 2010). Lei nº 12.318 sobre Alienação Parental.

Cooperrider, D., & Whitney, D. (2005). Appreciative Inquiry: a positive revolution in change. San Francisco: Berret-Koehler.

Davies, B., & Harré, R. (1990). Positioning: the discursive production of selves. ,(1),. Journal of theory of social behavior, 20(1) , pp. 43-63.

Fernandez, A. M. (1989). El campo grupal: notas para una genealogia. Buenos Aires: Nueva Visión.

Fuks, S. (inédito). Artesanía de Contextos: Desde contextos de supervivencia a contextos de libertad, la construcción de posibilidades para la colaboración terapéutica. Rosario: inédito.

Gergen, K. (abril de 2010). Saúde mental e deterioração cultural. Nova Perspectiva Sistêmica, 36, pp. 9-27.

Gergen, K., & Gergen, M. (2010). Construcionismo Social: um convite ao diálogo. Rio de Janeiro: Instituto Noos.

Gergen, K., & Mcnamee, S. (1998). Terapia como construção social. Porto Alegre: Artes Médicas.

Guanaes, C. (2006). A construção da mudança em terapia de grupo. São Paulo: Vetor Editora.

Guanaes, C., & Japur, M. (2008). Constribuições da poética social à pesquisa em psicoterapia de grupo. Estudos de Psicologia, 13(2), pp. 117-124.

Harré, R., & Van Langenhoven, L. (1999). Posiioning thoery: moral contexts of intentional actions. Oxford: Balckwell.

IBDFAM. (2013). Informativo IBDFAM (Vol. 29 ). http://www.ibdfam.org.br/noticias/4949/novosite#.UqSrqPSIAus: acessado em 08 de dezembro de 2013.

IBGE. ( 2008). Síntese dos indicadores sociais:uma análise das condições de vida da população brasileira. Estudos e Pesquisas, 23.

IBGE. (2010a). Síntese dos indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. IBGE. Rio de Janeiro: Estudos e Pesquisas informação demográfica e socioeconômica.

IBGE. (2010b). Estatísticas do Registro Civil. IBGE, Brasilia.

Japur, M. (2004). Alteridade e grupo: uma perspectiva construcionista social. In: L. M. SIMÃO, & A. M. MARTINEZ, O outro no desenvolvimento humano (pp. 145-170). São Paulo: Pioneira Thomson Learning.

Kelly, J. B., & Emery, R. E. (2003). Children’s Adjustment Following Divorce:Risk and Resilience Perspectives. Family Relations, 52, pp. 352-362.

Lamela, D., Castro, M., & Figueiredo, B. (2010). Pais por inteiro: avaliação preliminar da eficácia de uma intervenção em grupo para pais divorciados. Psicologia: Reflexão e Crítica, 23(2), pp. 334-344.

Lewin, K. (1965). Teoria de campo em ciências sociais. São Paulo: Biblioteca Pioneira de Ciências.

Lipovetsky, G. (2006). A Felicidade Paradoxal. Rio de Janeiro: Comapnhia das Letras.

Mcnamee, S., & Shotter, J. (2004). Dialogue, creativity and change. In: R. Anderson, L. A. Baxter, & K. N. Cissna, Dialogue: Theorizing Difference in Communication Studies (pp. 91-104). London: Sage.

Osorio, L. C. (2000). Grupos: teorias e práticas. Porto Alegre: Artes Médicas.

Rapizo, R., Costamilan, M. B., Moritz, N., & Hinds, S. (2001). Continuando a experiência: os grupos de mulheres e adolescentes que viveram o divórcio. Nova perspectiva Sistêmica, 19, pp. p. 36-42.

Rapizo, R., Costamilan, M. B., Moritz, N., Hinds, S., & Soto, L. (2009). Trocando em miúdos. Nova Perspectiva Sistêmica, 34, pp. 12-16.

Rapizo, R., Falcão, C., Costamilan, M. B., Moritz, N., & Scodro, M. (1998). A construção da parentalidade pós-divórcio. Nova Perspectiva Sistêmica, 12, pp. 32-38.

Rasera, E., & Japur, M. (2007). Grupo como construção social: aproximações entre construcionismo social e terapia de grupo. São Paulo: Vetor Editora.

Rasera, E., & Rocha, R. M. (jan/mar de 2010). Sentidos sobre a prática grupal no contexto da saúde pública. Psicologia em Estudo, 15(1), pp. 35-44.

Rasera, E., Guanaes, C., & Japur, M. (2004). Psicologia, ciência e construcionismos: dando sentido ao Self. Psicologia: Reflexão e Crítica, 17(2), pp. 157-165.

Saidon, O. (1983). Práticas grupais. Rio de Janeiro: Campus.

Sampson, E. (1993). Celebrating the other: a dialogic account of human nature. San Francisco: Westview Press.

Shotter, J. (1993). Conversational realities: constructing life through language. London: Sage.

Shotter, J. (January de 2005). ‘Inside the Moment of Managing’: Wittgenstein and the Everyday Dynamics of Our Expressive-Responsive Activities. Organizational Studies, 26(1), pp. 113-135.

Shotter, J. (2008). Conversational realities revisited: life, language, body and world. Chagrin Falls, Ohio: Taos Institute.

Shotter, J. (2009). Moments of commom reference in dialogic communication: a basis for unconfused collaboration in unique contexts. Journal of Collaborative Practices, 1(1), pp. 31-39.

Shotter, J. (2012). Construcionando III: percursos e horizontes. São Paulo: anotações pessoais.

Shotter, J., & Katz, A. M. (1996). Articulating a practice from within the practice itself: establishing formative dialogues by the use of a 'social poetics'. Concepts and Transformations, 1 (2/3), pp. 213-237.

Souza, L. V., McNamee, S., & Santos, M. a. (2010). Avaliação como construção social: investigação apreciativa. Psicologia e Sociedade, 22(3), pp. 598-607.

Souza, R. M. (2000). Depois que mamãe e papai se separaram: um relato dos filhos. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 16 (3), pp. 203-211.

Souza, R. M., & Ramires, V. R. (2006). Amor, Casamento, Família,Divórcio... E depois, segundo as crianças. São Paulo: Summus Editorial.

Spink, M. J. (2004a). Práticas discursivas e produção de sentidos no cotidiano (3a. ed.). São Paulo: Cortez.

Spink, M. J. (2004b). Linguagem e produção de sentidos no cotidiano. Porto Alegre: EDIPUCRS.

Stewart, J., & Zediker, K. (2000). Dialogue as tensional, ethical practice. Southern Communication Journal, 65, 224-242.

Vainer, R. (1999). Anatomia de um divórcio interminável: o litígio como forma de vínculo. Casa do Psicólogo.

White, M., & Epston, D. (1990). Narrative means to therapeutic ends. New York: WW Norton.

Wittgenstein, L. (1979). Investigações Filosóficas. (Coleção os Pensadores) (2a. ed.). São Paulo: Abril Cultural.

Downloads

Publicado

06/21/2016

Como Citar

Rapizo, R. (2016). Espaço de conversas sobre o divórcio: a diferença de posicionamento como recurso para transformação. Nova Perspectiva Sistêmica, 23(50), 32–50. Recuperado de https://revistanps.com.br/nps/article/view/90

Edição

Seção

Artigos