Narrativas de homens viúvos diante da experiência de luto conjugal

Autores

  • Ivania Jann Luna Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC

DOI:

https://doi.org/10.38034/nps.v28i64.497

Palavras-chave:

Perda, Luto, Viúvos, Narrativa

Resumo

Neste artigo é apresentada uma pesquisa qualitativa que visou à compreensão das narrativas de homens viúvos vivenciando luto conjugal. Foram entrevistados três homens que se encontravam na época da perda em um momento específico do ciclo vital da família. Utilizou-se a entrevista qualitativa em profundidade e na organização dos dados foram utilizados os procedimentos de codificação da Teoria Fundamentada. Foram destacadas três categorias temáticas que constituem as dimensões da experiência de luto conjugal: ‘Dizer olá novamente’, ‘Deixar ir’ e ‘Seguir em frente’. As narrativas produzidas possibilitaram aos enlutados a reconstrução do seu sistema de significados em duas direções: manter viva a relação que tinham com a esposa e construir novos significados para o self, tendo em vista o papel de progenitor viúvo em um ambiente familiar e social em transformação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ivania Jann Luna, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC

Professora do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina. Com formação em Psicologia, Mestrado em Psicologia Clínica (PUC/SP) e Doutorado em Psicologia (UFSC), atua como supervisora de estágios em Psicologia sob enfoque da perspectiva sistêmica e do construcionismo social. É fundadora e coordenadora do Laboratório de Processos Clínicos e Psicossociais no luto (LAPPSILu) da UFSC.

Referências

Attig, T. (2001). Relearning the world: making and finding meanings. In R. A. Neimeyer (Ed.), Meaning reconstruction and the experience of loss (pp. 33- 53). Washington: American Psychological Association.

Bonano, G. A. Boerner, K., & Wortamn, C. B. (2008). Trajetories of grieving. InM. Stroebe, R. Hansson, H. Schut., & W. Stroebe (Eds.),Handbook of bereavement research and practice advanced in theory and intervention (pp. 287-308). Washington: American Psychological Association.

Bowlby, J. (1961). Processes of mourning. The International Journal of Psycho-analysis,13(4/5), 317-340. Recuperado dehttps://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/13872076

Casellato, G. (2015). Luto não reconhecido: o fracasso da empatia nos tempos modernos. In O resgate da empatia: suporte psicológico ao luto não reconhecido (pp. 15-28).São Paulo:Summus.

Cerveny, C. M. O.& Berthoud, C. M. E. (2002). Visitando a família ao longo do ciclo vital. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Franco, M. H. P. (2002). Uma mudança de paradigma sobre o enfoque da morte do luto na contemporaneidade. InEstudos avançados sobre o luto (pp. 15-38). São Paulo: Livro Pleno.

Franco, M. H. P. (2010). Porque estudar o luto na atualidade? InFormação e rompimento de vínculos: o dilema das perdas na atualidade (pp.17-42). São Paulo: Summus.

Franco, M. H. P., Tinoco, V. E, & Mazorra, L. (2017). Reflexões sobre os cuidados éticos na pesquisa com enlutados. Revista M. Rio de Janeiro, 2(3), 138-151.

Freud, S. (1974). Luto e melancolia. In Edição Standard Brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, trad., vol.14, pp. 271-291). Rio de Janeiro, RJ: Imago. (Original publicado em 1917)

Grandesso, M. (2008). Dizendo olá novamente: A presença de Michael White entre nós terapeutas familiares. Revista Brasileira de Terapia Familiar, 1(1), 65-78.

Klass, D., Silvermann, S., & Nickmann, S. (1996). Continuing bonds: new understandings of grief. Washington: Taylor and Francis.

Lago-Falcão, T. M. (2009).Homem não chora: um estudo sobre viuvez masculina em camadas médias urbanas. Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Antropologia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife.

Lindemann, E. (1944). Symptomatology and management of acute grief. The American Journal of Psychiatry, 101(2), 141-148.

McNamee, S. (2010). Research as social construction: transformative inquiry. Saúde e Transformação Social, 1(1), 9-19.

McCullough, P.& Rutenberg, S. (1995). Lançando os filhos e seguindo em frente. In B. Carter. & M. MacGoldrick (Eds.), As mudanças no ciclo de vida familiar: uma estrutura para a terapia familiar (2ª ed., pp. 248-268). Porto Alegre: Artmed.

Nadeau, J. W. (2008). Meaning-making in bereaved families: assessment, intervention and future research. In M. Stroebe, R. Hansson, H. Schut.,& W. Stroebe (Eds.), Handbook of bereavement research and practice advanced in theory and intervention (pp. 511-530). Washington: American Psychological Association.

Neimeyer, R. A. (2001). Meaning reconstruction and the experience of loss. Washington: American Psychological Association.

Oliveira, J. B. A.& Lopes, R. G. C. (2008). O processo de luto no idoso pela morte de cônjuge e filho. Psicologia em Estudo, 13(2), 217-221.

Parkes, C. M. (1988). Bereavement as a psychosocial transition: processes of adaptation to change.Journal of Social Issues, 44(3), 53-65.doi/10.1111/j.1540-4560.1988.tb02076.x

Parkes, C. M. (1996). Estudos sobre o luto na vida adulta. São Paulo: Summus.

Parkes, C. M. (2009). Amor e perda: as raízes do luto e suas complicações. São Paulo: Summus.

Resolução n. 466, de 12 de dezembro de 2012. (2012). Define as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa em seres humanos. Brasília, DF: Presidência da República.

Shapiro, E. (1994). Grief as a family process: a developmental approach to clinical practice.New York: The Guildford Press.

Strauss, A. & Corbin, J. (2008). Pesquisa Qualitativa: técnicas e procedimentos para o desenvolvimento de teoria fundamentada (2ª ed.). Porto Alegre: Artes Médicas.

Stelle, C.& Uchida, M. (2004). The stability and change in the social support networks of widowers following spousal bereavement. The Journal of Men's Studies, 13(1), 85-105.

Stroebe, M.& Schut, H. (1999). The dual process model of coping with bereavement: rationale and description. Death Studies, 23, 197-224. Doi:10.1080/074811899201046.

Tavella, M. (2018). Minha vida em direção ao mar.Florianópolis: Construtores de Memórias.

Walsh, F. (2005). Fortalecendo a resiliência familiar. São Paulo: Roca.

Walter, T. (1997). A secularização. In C. M. Parkes, P. Laungani, & B. Young (Orgs.), Morte e luto através das culturas (pp. 195- 220). Lisboa: Climepsi.

Walter, T. (2006). What is complicated grief? A social constructionist answer.Omega, 52(1), 71-79. Recuperado dehttps://researchportal.bath.ac.uk

White, M. (2004) Decir de nuevo: ’Hola’. InGuia para uma terapia familiar sistêmica(pp.57-68). Barcelona: Gedisa.

Wortman C. & Silvermann, R. (1989). The myths of coping with loss. Journal of Consulting and Clinical Psychology,57(3), 349-57.

Zinner, E. S, (2000). Being a man about It: the marginalization of men in grief. Illness, Crisis & Loss, 8(2), 181-188.

Downloads

Publicado

10/03/2019

Como Citar

Luna, I. J. (2019). Narrativas de homens viúvos diante da experiência de luto conjugal. Nova Perspectiva Sistêmica, 28(64), 32–46. https://doi.org/10.38034/nps.v28i64.497

Edição

Seção

Artigos